segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sussurro

No meio de todo este arvoredo
alguém me sussurra ao ouvido.
-Vai em frente, não tenhas medo,
não suponhas nada como perdido.

Esta frase dita de passagem
pode parecer descabida.
É somente fruto da folhagem
mas foi por mim entendida.

Aqui, onde o respirar é terno,
sinto-me tão vulnerável
a procurar um futuro eterno,
com tudo de agradável.

Sai-me doce esta escrita
e sem dificuldade.
É sintra faminta
da minha felicidade.

Tudo assim devia ser,
de grande simplicidade.
Talvez aprenda a escrever
com maior serenidade.

É paz que sinto neste momento,
a minha alma ri-se feliz.
Oiço os pássaros, oiço o vento
e o que a serra me diz.

-Vai em frente, não tenhas medo...

Sintra, 25 de Maio de 2008

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