quinta-feira, 8 de maio de 2008

Encontro

Aqui sentado de alma descansada
observo o lume aceso com fervor,
penso sóbrio no seio da lenha ateada
e oiço os estalos do fogo e do seu clamor.

Passam os pássaros rentes ao meu ouvido,
passeiam as formigas árduas nas pernas acima.
O chilrear das andorinhas num alarido
de fome, de ansias por esta escrita, pela rima.

Bebo a cerveja e observo, fumo um cigarro e vejo
que tudo o que tenho não é só o que desejo.
O estalo do lume é um grito,
um pedido à felicidade para um encontro.

Fica o encontro marcado.
Olhando para o lume ateado
aguardo aqui sentado, paciente,
a cura deste coração dormente.

26 Abril 2008, Tomar

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