sábado, 24 de maio de 2008

Sintra

Falha-me crassamente a encrespada memória
à passagem curvilínea de conjectura tão rectilínia.
É tal a emboscada que fico colérico de burrice.
Achar eu em Sintra a iluminação artífice.

Sempre a mesma espertinha esparrela.
Zomba de mim, Senhora de beleza donzela,
ao fazer-me crer, e conseguir, que inspira!
Carnalmente lá, o que há me tira.

Era intuito deitar a cabeça no travesseiro,
fazer-se luz dentro, noite ou dia!
Sequer pouco, sequer nada, nele inteiro.
A iluminação surge na presença perfídia.

Só na minha casa em Sintra sem o ser,
com os olhos cerrados, acima do travesseiro
de Sintra que não é, se torna ideável o conceber.

11/02/2005

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