quarta-feira, 28 de maio de 2008

Bakhar-III

(Bakhar)III


Batigo enfrentou o desafio recolheu tudo o que era necessário e pôs mãos à obra, pegou numa comprida e grossa corda feita de lianas trançadas com calhau incrustado na ponta, fez girar a corda com a mão e esta foi prender-se a uma árvore do outro lado mesmo à beira da cascata, desceu a pique sobre a corda com um pequeno tronco em forma de “V”. Do outro lado o Capitão e os camaradas observavam-no orgulhosos e ansiosos.
O detesmido marinheiro atravessou o forte curso de água empunhando o tronco na mão, olhou os companheiros mais uma vez e entrou naquele buraco cavernal.
Um cheiro húmido, abafado com pequenas brisas cálidas, arepiavam-lhe o corpo molhado que tremia de vez em quando, para afastar os pensamentos mais receosos.
Archotes percorriam todo o corredor que parecia ser interminável, um suave aroma a queimado denunciavam que tinham sido utilizados à relativamente pouco tempo. Sempre de tronco em riste caminhava docilmente pé-ante-pé, sentia agora uma violenta corrente de ar bafejar-lhe o couro, era tão ventosa que caminhava com custo.
Deparou-se com uma galería mergulhada no bréu, a luz diurna ali não penetrava. Pegou no archote mais próximo e ateou-lhe fogo com fósforos que estavam mesmo por ali, a luz jorrou pingando pedaços incandescentes para o chão, uma escadaria estendeu-se quase até o olhar se perder, Batigo olhou para trás pensando nos camaradas que o esperavam com novidades mas, irredutível sacudiu a cabeça afastando os pensamentos e a sensibilidade humana, e enfrentou a escadaria de archote erguido e tronco em punho sempre receoso de perigos eminentes. Aquela calmaria excitava-o, era fora do normal uma gruta não possuir nada absolutamente, nada terreno, nada espiritual!
Mas ele lá continuou com passos curtos, andou e andou até que sentiu a terra tremer...

Sem comentários: