sábado, 29 de novembro de 2008

Dentro de ti

Queria sentir
o teu corpo quente
encostado ao meu,
a deslizar suavemente
como pétalas em queda
de uma roseira.
Picar-me nos teus espinhos
e sangrar de contentamento.
Ser omnipresente,
estar dentro e fora de ti.
Tocar-te na alma,
ter o teu coração quente
a gemer de esperança
para que esse momento
fosse eterno,
durasse para sempre.
E quando te tivesse
toda minha,
sentir que o meu mundo
se perdia dentro de ti
e que sempre o acharia
contigo.
Que esse mundo fosse só
o toque dos nossos corações,
o encosto das nossas almas
e o partilhar de emoções.
Dir-te-ia, amo-te,
e tu responderias,
eu também te amo.

Luz

Comecei a andar,
já vejo ao fundo
a luz, a saída.
Não sei porque parei,
sabia desta luz
e mesmo assim estagnei.
Talvez esperasse só este dia,
esta hora.
Não sei de razões,
mas comecei a andar.
Talvez por ti,
se estiveres junto a essa luz.
Se esperares tu agora, aí chegarei.

sábado, 22 de novembro de 2008

Coração de Pedra

I

Cansei-me de esperar.
Vou arrumar os sentimentos
num canto do coração.

II

Gostava que o meu coração
fosse uma mala
que eu perdesse
num qualquer aeroporto.
E quem o achasse,
o levasse,
e ao abri-lo diria,
não tem nada de valor.
A seguir deitava-o num rio,
num rio poluído.
No rio transformava-se em pedra.
Seria então só um coração
de pedra no fundo de um rio poluído,
e não isto que para aqui trago
cheio de sonhos, cheio de fantasias,
este coração a transformar-se em pedra
nesta vida poluída.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quarto

Fechei-me num quarto,
quatro paredes
sem portas nem janelas.
Sentei-me conformado,
vi as horas passarem
no relógio pendurado.
Não me interessava o exterior,
todo ele era passado.
Um passado que não fez futuro.
Tic, Tac, Tic, Tac.
Adormecido para a vida
num corpo dormente
sem alma, falecido.

Quando acordei
vi o sol.
E sem acreditar
no calor que sentia
procurei o relógio.
Mas não havia relógio,
no seu lugar estava uma janela.
Alguém pusera uma janela
na minha vida de quatro paredes.
Espreitei pela janela
e vi lá fora o meu futuro.
Cheguei então à conclusão
que afinal o meu passado
tinha feito futuro.
O meu passado era aquela janela
e o meu futuro estava lá fora.

E agora continuo a espreitar
pela janela e sou feliz.
Com todo o sol a bater-me na cara
sei que um dia esta janela será uma porta
que abrirei, e já do lado de fora direi,
valeu a pena esta espera.

sábado, 8 de novembro de 2008

Videbimus Infra...

Os ponteiros martelam sem cessar,
O eco que ouço é passado a todo o instante,
Penso em ti, num breve olhar,
Estás a meu lado mas, tão distante...

O tempo escorre entre meus dedos,
Quero agarrá-lo, mas já passou.
Enfrento de peito os meus medos,
Penso, medito e, nãos sei quem sou!

Fui alguém que mudou,
Sou mudança completa,
Sou um Homem que já errou.
Mas, já transpus a minha meta!

Lutei sozinho e sobrevivi,
Caminhei na loucura,
Errei na noite escura,
Mas estou aqui, para ti.

Agora vejo entre o nevoeiro cerrado,
Voo alto entre as aves bravias,
Navego no mar mais irado,
Canto mais alto que as cotovias.

Sou o que fui, o que sou e o que irei ser,
Alguém que vive e viveu do dia-a-dia,
Olho o futuro com a promessa de obter,
A Felicidade, a Paz a Bonomia...

08/11/08

MG.

domingo, 2 de novembro de 2008

Sonho II

Gostava que a minha vida
fosse um sonho,
contigo dentro dele.
E que esse sonho
tivesse outro dentro,
e outro...
e outro...
Que tu estivesses comigo
em cada um.
E sempre que eu acordasse
estivesse noutro sonho contigo.
E um dia morreriamos,
a sonhar que tinhamos sido felizes.