sábado, 22 de novembro de 2008

Coração de Pedra

I

Cansei-me de esperar.
Vou arrumar os sentimentos
num canto do coração.

II

Gostava que o meu coração
fosse uma mala
que eu perdesse
num qualquer aeroporto.
E quem o achasse,
o levasse,
e ao abri-lo diria,
não tem nada de valor.
A seguir deitava-o num rio,
num rio poluído.
No rio transformava-se em pedra.
Seria então só um coração
de pedra no fundo de um rio poluído,
e não isto que para aqui trago
cheio de sonhos, cheio de fantasias,
este coração a transformar-se em pedra
nesta vida poluída.

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