domingo, 3 de agosto de 2008

Catarse em Surdina

O aroma a café flutua,
Na brisa suspensa da manhã,
Um sorriso na tua boca sã,
Despe a minha alma já nua!

Sinto que sentes saudade,
Daqueles momentos esquecidos…
Nós entre os lençóis despidos,
Entre pensamentos contidos,
Negamos a Genuína Verdade.

A verdade que reside no nada…
E caminhamos juntos para o abismo!
Amar, é puro egoísmo,
É dar azo ao lirismo,
É percorrer a mais Anil Estrada!

Estrada essa, meia perdida no horizonte…
Resgatados por um Sentimento Atroz,
Descobrimos pedaços de “noz”,
De alguém bem como nós,
Tentou escalar o mais Inato Monte!

No seu cume…a Vitória!
Apesar de todo o sofrimento,
Gozamos o Supremo Sentimento,
Saboreando cada momento,
Até ao final da Inverosímil História

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Matrimónio

Casei-me com a poesia
de aliança posta no dedo.
Com amor no verso rebuscado
Gerámos uma bonita melodia.

As palavras são orgasmos
do sexo virgem das estrofes
que, exaltadas em belos acordes,
me saiem a espasmos.

De muita ou pouca métrica,
são versos criados e educados
nem sempre com simétrica.

Uns pequenos, outros anafados,
filhos do amor da técnica,
muitos vêm-se engasgados.

Servo

Nestas folhas ençaimadas
com as canetas esgazeadas
Escrevo, Escrevo, Escrevo!
Serei eu um servo?

Escrevo quando me apetece
e quando a alma tece.
Escrevo quando quero
e quando desespero.

Escrevo a vida que tenho
e a que desdenho.
Invento, minto, engano.
Qualquer dia estou insano.

É uma loucura furiosa,
e por certo tinhosa,
esta furia louca
que registo na folha mouca.

Serei eu um servo?
À vida que escrevo
estou acorrentado decerto!
Todavia gosto e não protesto.