I
Sou pintor de telas,
tecidos de caras fingidas
enegrecidos a cada pincelada.
Traços interesseiros
sem dor maior
que não sentir
dor por ninguém.
II
Vidas pintadas de interesse,
emoções inventadas a traço.
Suposições de cores superiores,
mentiras desenhadas.
As cores são todas iguais,
sem superlativo nem inferioridade.
Cada cor vale o mérito
que cada uma das outras lhe dá.
III
Quanto mais alto cai a tinta
maior o borrão.
As cores que fazem bons quadros
vão-se pintando humildemente.
Criam-se e recriam-se
numa harmonia de sentimentos.
sábado, 12 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Viagem
Viajo por uma terra distante,
Longe de ti, longe do Mundo,
A vida em tom de diamante...
A saudade bem lá no fundo!
Ergo os olhos do chão,
Abarco todo o Horizonte,
E no cume de um alto monte –
Sou homem de baixa condição.
Observo meus pés gretados
Pelo tortuoso caminho,
E de mãos e pés atados,
Sou livre, estou sozinho!
Sou livre quando sonho,
Estou preso quando amo,
Nada é mais medonho,
Que amar somente um sonho...!
Ser todos e ser um só,
É algo de transcendente,
É ver o mundo por uma lente,
É pensar como uma “mó”!
Ser pedra, flor ou gaivota,
É não ser, respirar e voar!
É ser um eterno agiota,
Que vive do não sonhar...!
Agora que olho o meu reflexo,
Vejo alguém que desconheço,
Nem sei bem o que pareço,
Sou lodo...sem nenhum nexo!
Cheguei finalmente ao destino,
Que nem eu sei bem onde fica
...Talvez esteja a viver perdido,
Num vago céu que mortifica!
Longe de ti, longe do Mundo,
A vida em tom de diamante...
A saudade bem lá no fundo!
Ergo os olhos do chão,
Abarco todo o Horizonte,
E no cume de um alto monte –
Sou homem de baixa condição.
Observo meus pés gretados
Pelo tortuoso caminho,
E de mãos e pés atados,
Sou livre, estou sozinho!
Sou livre quando sonho,
Estou preso quando amo,
Nada é mais medonho,
Que amar somente um sonho...!
Ser todos e ser um só,
É algo de transcendente,
É ver o mundo por uma lente,
É pensar como uma “mó”!
Ser pedra, flor ou gaivota,
É não ser, respirar e voar!
É ser um eterno agiota,
Que vive do não sonhar...!
Agora que olho o meu reflexo,
Vejo alguém que desconheço,
Nem sei bem o que pareço,
Sou lodo...sem nenhum nexo!
Cheguei finalmente ao destino,
Que nem eu sei bem onde fica
...Talvez esteja a viver perdido,
Num vago céu que mortifica!
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