sábado, 21 de junho de 2008

Poetas Boémios

Somos poetas da vida boémia,
a escrita é a nossa alma gémea.
Divagamos pelas ruas da arte,
fomentamos o verso em toda a parte.

A caneta como uma bandeira hasteada,
grava a rima no papel.
Somos a voz da alvorada
que nem a todos sabe a mel.

Em cada palavra um dito,
os poemas não são um mito,
existem antes de pintados,
nas nossas mentes são criados.

Travamos batalhas literárias,
caminhamos por trilhos agrestes,
nossas mentes não são precárias,
vencem provas, passam testes.

Nem todas serão vitórias,
mas mesmo as lutas inglórias
dão-nos forças a prosseguir
e tudo nos faz fluir.

O pensamento é sonho e realidade,
somos mensageiros do futuro.
Vivemos iluminados pelo obsceno,
somos mentira, somos verdade.

A nossa realidade é sermos pensantes,
e vamos prosseguindo caminhantes
de caneta em riste, incólumes
a vias adversas aos nossos costumes.

O alcool ferve nas veias,
na língua queimam-se palavras,
iluminamos sociedades de larvas,
que afoitamente caem nas teias.

Rebentam-se-nos rios de palavras,
damos à luz novas vidas.
Educamos à nossa maneira
sem medo de qualquer barreira.

No cigarro aspiramos à escrita,
que se dilui num fumo literário.
A biblioteca como uma mesquita
à eternidade dita
o que é viver do dicionário.

Vítor e Miguel
Idanha, 15 de Junho de 2008

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