Debaixo de um vão de escada,
Refugio-me de quem me rodeia,
A vida que tenho me escapa,
O sonho alude e serpenteia.
Sento-me à mesa só,
Divago entre pensamentos meus,
Nada mais que fumo e pó...
Os meus desejos são teus.
A caneta escreve sem destino,
por entre linhas tortuosas, rasuradas
vêm-me recordações de menino,
de outros tempos... mágoas passadas!
Amores, amizades, paixões
Que outrora me fizeram zombar,
São agora sólidos aluviões,
Moralismos, grande lições
Que me ensinaram a voar!
Plano alto com as gaivotas,
Que em turbilhão parecem bailar,
Entre as minhas mãos meio mortas,
Sinto o teu coração pulsar.
Abraço-te contra meu peito,
Mato a saudade, “afago o amor”,
Sinto-me um tanto desfeito,
Por já não sentir o teu calor!
As tuas mãos geladas,
Ferem-me a alma despida,
E entre sussurros e lágrimas,
Dás-me um beijo de despedida.
Tudo o que sou morreu,
Ao ver-te partir na escuridão,
E entre os lençóis revirados,
Suores trémulos revoltados,
Acordei com um clarão.
- Sem querer, sonhei contigo...!
sábado, 17 de janeiro de 2009
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